Ponte…nas Ondas foi nomeada Xuíz Honorario do Couto Mixto

A Asociación Cultural e Pedagóxica Ponte…nas Ondas foi nomeada Xuíz Honorario do Couto Mixto en sesión solemne celebrada o sábado13 de xullo na capela de Santiago unha das tres parroquias que compuñan o Couto.
No nome da asociación recibiu o premio de mans do Presidente da Fundación Couto Mixto Luís Garcia Mañá a súa vicepresidenta Lourdes Carita.
Permitam-me que comece vos falar em meu nome pessoal e por vos dizer da alegria e do orgulho que sinto por me encontrar num espaço tão rico e tão mágico como este.

Uma coisa é ler, é ouvir falar, é estudar o que foi o Couto Misto outra, mais agradável ainda, é estar aqui na companhia de gente amiga e que, seguramente, partilha o mesmo gosto que nós, por um passado – não tão longínquo como isso – um passado no qual aqui, precisamente, se viveu de forma real e efectiva a comunhão entre a Galiza e o Norte de Portugal.

A Associação Ponte…nas ondas!, que hoje aqui represento, bem gostaria de ser, bastante tem trabalhado para conseguir ser, uma espécie de “Couto Misto da Educação e da Cultura Galego-Portuguesa”. PNO tem-se esforçado por ser um espaço onde se promove o conhecimento e o respeito mútuos, onde os jovens das duas margens da fronteira se sintam em casa, em que possam partilhar experiencias, conhecimentos, jogos, saberes. Que possam compartir entre si tudo isso e possam ainda comparti-lo com outras gerações de galegos, de portugueses e até com tantas outras gentes espalhadas pelo mundo e aonde, com a nossa língua, aqueles que nos precederam levaram muito deste mesmo Património. Foi este sonho de valorizar, de destacar, de divulgar, de proteger tudo o que ainda resta nas sociedades galega e portuguesa da cultura que nos é comum que levou a nossa associação – constituída por escolas do Norte de Portugal e da Galiza – a obrigar os governos de Espanha e de Portugal a propor à UNESCO a declaração da Tradição Oral Galego-Portuguesa como Património Imaterial da Humanidade. Essa declaração não foi conseguida sob o pretexto de que a nossa proposta contemplava demasiados aspectos do património comum. Só vos pergunto, como já então perguntámos: “Temos culpa de ter um Património tão rico?!”.

PNO nunca aceitou ter de escolher, para apresentar à UNESCO, UM aspecto do Património Galego-Português. Porquê a Coca de Redondela e de Monção e não os nossos Entrudos? Porquê as redeiras e não os oleiros? Porquê as lendas e não os cantares ao desafio? Porquê as tradições ligadas à agricultura e não as ligadas à pesca?

Não quisemos e sempre achámos que nem podíamos, valorizar um aspecto minimizando todos os outros e, independentemente disso, aquilo que realmente faltou para o triunfo da Candidatura foi a vontade política de Madrid e de Lisboa!

Bom, mas isto agora só interessa ser recordado para podermos avançar.

Avançar no caminho reconhecermos, nós próprios, o valor e o interesse de cuidarmos, de preservarmos, de salvaguardarmos o Património que une, desde há séculos, os povos da Galiza e de Portugal. É com esse objectivo que PNO continua a trabalhar. Na convicção de que é fundamental consciencializar, cada vez mais, a nossa sociedade da importância e do valor deste Património na definição da nossa identidade, para podermos, com mais força ainda, exigir o seu reconhecimento nacional e internacional.

No momento que vivemos, numa Europa tão desorientada e conturbada, que atravessa um momento tão difícil da sua história, é um motivo de esperança e de confiança, pensarmos que ocupamos um espaço territorial em que os nossos antepassados souberam construir um mundo equilibrado, onde o convívio se faz com facilidade e com alegria, onde é perfeita a interacção entre o homem e o ambiente natural e que nós, os que na actualidade temos a sorte de habitar este mesmo território devemos, orgulhosamente, seguir o seu exemplo e estimular todas as iniciativas que possam servir para desenvolver e aprofundar as relações entre as pessoas, entre as sociedades, entre o homem e a natureza.

É na comunhão deste ideal, nesta perspectiva e por estas razões que para nós, Associação PNO, é uma honra ser nomeada Juiz Honorário do Couto Misto.

É certo que não é a 1ª vez que se reconhece e premeia o trabalho da nossa Associação mas devemos dizer, e falo em nome de todos os membros de PNO, que esta é uma distinção que particularmente nos sensibiliza e enternece e que, sentida e reconhecidamente, agradecemos.

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